“Mas Chávez levou algum tempo para ‘compreender’ a oportunidade política proporcionada pelo incidente: após a diatribe de Juan Carlos, desvalorizou o episódio. Alguns dias mais tarde, uivava contra o ‘imperialismo’ espanhol, exigindo desculpas e ameaçando retaliações económicas. Entre um momento e outro alguém lhe terá explicado a utilidade da manobra: poderá ter sido uma epístola de Castro ao apóstolo da revolução, mas é mais provável que tenha sido Ortega a explicar a Chávez como utilizar os acontecimentos em seu benefício. Quem quer que tenha sido o ‘conselheiro’, Chávez revelou uma baixa inteligência: marrou abrutalhadamente e precisou de uma mão condutora para orientar a carga na direcção de um propósito político definido.”
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