A propósito do desfazamento do número de abortos feitos no actual quadro legal e os números muito superiores apresentados pelos defensores do Sim no referendo de Fevereiro, já disse o que tinha a dizer aqui e aqui, tendo aliás provocado fúria, rasgar de vestes, esborratamentos de rímel e baton, verborreias de insultos e afins na estimável e seriérrima e a melhor jornalista do mundo – uma fatwa se abaterá sobre quem questionar isto – Fernanda Câncio (e ainda bem, que eu sou católica mas não sou – ainda, pelo menos – santa e não me sinto muito inclinada à caridade para quem me acusa levianamente de escrever sob pseudónimo).
Agora a mesma Fernanda Câncio assina este artigo no DN, que tem destaque de primeira página apesar de o Sol ter dado a mesma informação há quase um mês, de resto num artigo bem mais interessante – ou descomprometido e, portanto, capaz de melhor jornalismo.
Sobre este texto de hoje do DN, faço minhas as palavras do PPM.
(Recomenda-se a leitura dos comentários do Luís Lavoura, a quem hoje lhe deu para a palhaçada e equipara um aborto a tirar um rim e diz coisas como “Se por acaso o aborto é um drama, é só porque a mulher que o faz tem ideias pré-concebidas na cabeça, noções sobre o caráter sagrado da maternidade ou da vida humana, etc e tal. Mas, se ela tem tais noções na cabeça, e se por causa dessas noções acaba por dar em doida, isso é culpa dela e de quem lhe enfiou tais ideias e preconceitos na cabeça.” A não perder para umas boas gargalhadas).
Acrescento: Vi hoje de manhã a revista de imprensa de David Pontes na RTPN, tendo ele referido o texto mencionado. Sem qualquer vergonha, o senhor falou dos números reais do aborto dizendo que afinal não se verificava o cenário catastrofista que os apoiantes do Não tinham previsto! Claro que a responsabilidade do número 20.000 abortos clandestinos por ano em Portugal – e que iriam passar para a legalidade – era da parte do Não, havia lá de ser de quem?
Acrescento nº 2: O Luís Lavoura não equiparou um aborto a tirar um rim, mas sim a tirar uma pedra de um rim. Desculpem-me o lapso.
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Não se pode incutir empatia. Não se pode fazer com que alguém ache uma flor bela se essa pessoa não estiver para aí virado. Não é possível tornar alguém humilde. Quando foi altura do primeiro referendo, eu não compreendia as razões do pessoal do “não”. Apesar de à última hora não ter votado, percebo que estava do lado dos filhos da puta, dos alegres genocidas.
A falta de seriedade do que apoiaram o Sim é um poço sem fundo. Mas em vez de se calarem para ver se os outros se esquecem, teimam em mostrar-se como virgens inocentes de qualquer pecado. Não há paciência para estas pessoas sem valores nem vergonha!