A Vogue portugesa de Dezembro (não tem site) informa-me que no último Outono/Inverno TODAS as mulheres usaram leggings. (Para os que, de repente, se assustaram por não saberem o que são estas leggings que viram em todas, sem excepção, mulheres em Portugal, eu explico: são assim uns collants um bocadinho mais grossos, opacos e que terminam por alturas do tornozelo, ficando a parecer umas calças justissímas, e que no A/W de 2006/2007 se deveriam usar por baixo de saias hiper-curtas ou mais compridas, obrigatoriamente acompanhadas de uns saltos muito altos.)
É certo que não tenho saído à noite, essa altura do dia em que nos tornamos mais ousados e fashionistas se revelam onde menos se espera, mas as leggings também não são só roupa de noite. Em todo o caso declaro que não avistei uma única senhora – em Portugal ou nas poucas outras paragens onde estive – usando leggings. Só lhes pus a vista em cima em revistas de moda, nas produções das próprias revistas ou em actrizes trendy como a Chloe Sevigny em situações de red carpet. O que demonstra o bom senso das mulheres: no Outono/Inverno do ano passado alguns designers – que evidentemente estão muito mais preocupados com a sua própria criatividade e originalidade do que com o bom aspecto feminino – resolveram que as mulheres deviam usar collants sem pés; as mulheres, muito bem educadas, mandaram-nos dar uma volta não lhes comprando as ditas leggings. Felizmente, eles perceberam (talvez ao repararem nos stocks acumulados das suas invenções) e este ano as leggings quase desapareceram das colecções de Outono/Inverno.
Mas o grande e intrigante mistério persiste: porque decide nesta estação a Vogue falar de leggings como acessório a usar (ainda!) e com enorme adesão?