Porque estou preguicosa (de férias, já disse)

Leiam o que escrevi aqui no Atlântico:

Corro o risco de parecer simpatizar com os camionistas revoltosos (bom, enfim, se me prolongarem as férias coercivamente…) mas confesso alguma estranheza com a oposicao da blogosfera liberal à descida do ISP. Se o ISP corresponde a uma distorcao do mercado originada pelo Estado, pode ser que me escape alguma coisa mas a reducao dessa distorcao afigura-se-me como positiva. Ou será que o liberalismo também serve para pedagogia às massas, que numa alta de precos do petroleo devem fazer o que os gráficos mandam e diminuir o consumo? É que para pedagogos, sinceramente, chegam-me os de esquerda. E eu, desconhecedora dos meandros do mercado das energias fósseis e formacao dos respectivos precos, confesso que nao entendo a forcas de mercado que tanto fizeram subir o preco do petróleo nos últimos meses: sim, é verdade que a procura de combutíveis pela China e pela Índia cresceu, mas isso tem sucedido ao longo de vários anos, nao foi um salto repentino e em constante aceleracao nos últimos meses (e tendo em conta as reservas de carvao da China, e a despreocupacao com a poluicao que exibem, parece-me algo estranho este argumento); é certo que os combustíveis sao fósseis, que existem reservas finitas, mas esse facto nao foi descoberto agora e nao há qualquer razao para isso ter sido incorporado no preco do petróleo apenas nos últimos meses – há poucos anos o petróleo era vendido a vinte dólares o barril; ainda, há que atender que as petrolíferas extraiem de uma maior profundidade e prospectam em locais diferentes, o que leva ao aumento dos custos de producao – mas, outra vez, nao é facto novo e que se repercutiu nos precos apenas nos últimos tempos. Nao faco ideia se a culpada é a temível “especulacao” (para os crentes do relatório da Autoridade da Concorrência, aconselha-se a leitura do editorial da última Sábado), mas estou muito convencida que este é um bom momento para baixar o ISP.

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