Mas está tudo definitivamente, irremediavelmente louco?!

A ERSE parece ser de opinião que as facturas incobráveis da EDP e concorrentes (ah, ah, ah) deve ser um custo suportado por todos os clientes bons pagadores das mesmas empresas! E até Manuel Pinho, de cognome O Disparatado, consegue demonstrar algum juízo perante tal insanidade. (Ver o Público.)

Mas o que passa na cabeça dos senhores da ERSE?! São uma entidade reguladora ou são provedores das empresas fornecedoras de energia? Não, eu não tenho nada contra empresas que ganham dinheiro, mas não vejo porque hei-de eu pagar pela energia consumida por uns valdevinos que não cumprem as suas obrigações monetárias. Desde quando é que as empresas de qualquer ramo de venda de bens e serviços pedem aos seus clientes cumpridores para fazerem as vezes dos que não pagam?! As empresas que não têm luminárias (como as residentes na ERSE) para salvaguardarem os seus interesses fazem uma coisa muito inteligente para sobreviver às dívidas incobráveis (a sina de todas as empresas): criam provisões. Se as empresas fornecedoras de electricidade não têm este bom hábito – eu não sou grande barra na gestão financeira, mas creio que são provisões legalmente obrigatórias – que suportem elas próprias (e os seus accionistas, onde eu e quase toda a gente também se inclui) a sua imprevisão.

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7 respostas a Mas está tudo definitivamente, irremediavelmente louco?!

  1. Ashera diz:

    Deve ter em Portugal um “pó hilário no ar”!
    Está tudo doidinho!
    Disto nem um troglodita se lembraria.
    Bom dia

  2. Joel diz:

    Do ponto de vista económico toda esta discussão gerada é demagogia. Uma empresa que espera não receber 10% das vendas que faz aumenta os preços para que o dinheiro recebido cubra as despesas decorrentes das impossibilidades de cobrança. Não é feito directamente (como a ERSE referiu), mas qualquer empresa saudável terá que se ajustar a isto.
    Por exemplo, o spread praticado pelos bancos já inclui uma componente em todos os clientes para cobrie eventuais créditos não recuperados.
    Ou seja, os bons pagantes pagarem as dívidas dos maus não é nada de novo e nunca deixará de existir num mercado saudável.

  3. Carmex diz:

    Ashera, bem-vinda aqui ao Farmácoia. Sim, deve haver muitos pozinhos malucos no ar de muitas instituições… (adorei a fotografia de fundo do seu blogue, deu-me vontade de sair do escritório e ed Lisboa…).

    Joel, tem razão, todas as empresas incorporam nos seus preços de venda os custos que têm, incluindo as dívidas incobráveis expectáveis e, nas empresas que vendem ao público, os roubos de clientes. As eléctricas também o fazem certamente, pelo que esta repercussão de custos de incobráveis nos clientes pagadores seria uma segunda via de cobrir estes custos.

  4. Tarzan diz:

    Carmex,

    o que fazem os bancos e EDP, fazem-no TODAS as empresas. As que não o fazem vão à falência nas alturas de depressão económica (altura em que a taxa de incobráveis sobe). Não é roubo. É bom senso.

  5. Carmex diz:

    Tarzan, sim, esses custos repercutem-se nos preços cobrados pelas empresas. Mas do que percebi, a ERSE é de opinião que deve haver ainda uma sobretaxa directa (além da incorporação de incobráveis nos custos) aos bons pagadores no valor dos incobráveis. Isto parece-me inaceitável. E tanto mais pela posição praticamente monopolista da EDP, como bem refere no seu blogue.

  6. PR diz:

    Desconhecia totalmente esta situação. Mas trata-se apenas da aplicação de um princípio que tem vigorado no sector público (sobretudo no caso das SCUT): para uns não pagarem, os outros pagam todos um pouco mais…

  7. Carmex diz:

    PR, pois, este governo não tem muita legitimidade para dar lições de moral a ninguém.

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