Do discurso de Pedro Santana Lopes. Não há paciência para ouvi-lo, com os seus choradinhos de como os militantes são maus, ingratos, mal formados, brejeiros, boçais, e por aí adiante, ao contrário do glorioso próprio, que é sempre correcto, elegante, respeitoso, verdadeiro e semelhantes bons qualificativos. Como todos os moralistas que gostam de espetar os dedos acusadores sofre irremediavelmente, e em último grau, do opróbio que acusa os demais imperfeitos humanos. Os discursos de PSL são de evitar por todos os que tenham um mínimo de exigência estética (as queixinhas são sempre ocasiões vulgares).
Não gostei do discurso de Ângelo Correia. O senhor é palavroso e, para mais, só profere vacuidades. É habilidosos para dar sermões (e lá estamos novamente nos moralistas) e não se vislumbra a qualidade ofuscante que lhe dá autoridade para esses sermões.
Da próxima vez fiquem em casa, pode ser?
Farmácia Central 
Ai,ai… São coisas como esta que me dão vontade de ser fã de PSL. Tudo o que eu ouvi da boca dele, nos resumos, foi… verdade. Há aqui demasiada crença que a política interna tem possibilidades de resolver qualquer coisa, mas não tem. Por isso a única coisa que podemos avaliar nos nossos políticos é a ética e não a estética, como faz referência, muito menos as ideias políticas, que são inexistentes e mesmo se não fossem já não temos soberania para as colocar em prática.
Por incrível que pareça, nós temos falta de moralismo. Na falta de melhor, até pode ser este moralismo barato. Precisamos que se diga mais vezes “isso é mentira”, “vocês são uns filhos da mãe”, porque os mal intencionados aprenderam a contar com o silêncio dos outros e cada vez esticam mais a corda. Essa coisa de se calarem agora que não fica bem é que não tem razão de ser. Isso é estimular a política debaixo do tapete, das intrigas, das traições e são desses contextos que são forjadas fraudes como o nosso Primeiro-Ministro. Não são as pessoas que classificam os discursos, são os discursos que que classificam as pessoas. Até acho que todo o congresso foi irrelevante, agora se tivesse de criticar algo não seriam as poucas verdades proferidas. Mil vezes um PSL a choramingar do que dar crédito a outros indivíduos que a única coisa que provaram até agora é a habilidade na trapaça política. Confie nelas… vai arrepender-se, mas se o fizer já agora custa-lhe menos.
Oh Mário, fã de PSL?!!! Em primeiro lugar, claro que a política resolve pouca coisa, na maioria das vezes até estorva e estraga, e é por isso que eu simpatizo com as propostas liberais de limitar a actuação do estado.
Quanto às verdades de PSL, por amor de Deus, ele até pode etr dito verdade, mas o que interessa isso? O que interessa que o grupo de militantes A tenha dito coisas feias sobre ele (coitadinho!) e sobre Menezes?! pelos visto o eleitorado concordava com esse grupo. E se PSL não consegue racionalizar estes ditos sobre ele e sobre um “amigo” (a quem não se coíbiu de criticar nas noites das directas, sempre de forma oblícua e pouco frontal), vá ao psiquiatra e não vá para congressos fazer figura de choramingas. Dá a volta ao estômago.
Desculpe lá, mas o que não precisamos mesmo é de moralismo. Precisamos de moralidade, e isto é uma coisa geralmente inalcançável para os moralistas. E já agora precisamos de gente adulta que não sucumba às críticas, que não consiga ultrapassar o facto de muitas pessoas não gostarem dele, que tente vencer por exaustão os outros ao tentar convencê-los que ele sim, é a pessoa predestinada. Até o esponjoso Guterres se foi embora de forma mais elegante.
Você volta a fazer uma avaliação estética. Toda esta gente interessa-me zero. O meu único interesse aqui é ver questões de fundo que se possam transpor para outros domínios. Já viu a gravidade de dizer que pouco lhe interessa a verdade? Estamos a entrar no domínio que os fins justificam os meios. Nós não podemos defender valores em certos assuntos, por exemplo, na questão do aborto, e depois em outras questões acharmos que isso já não interessa nada.
Obviamente que figuras como PSL deviam estar excluídas da vida política (no sentido estrito do termo), mas essa exclusão devia ser natural e decorrente de não haver lugar para ele porque os melhores não lhe dariam espaço. Acontece que ele é afastado por vias rasteiras para dar lugar a outros iguais. Você assim estimula apenas o aparecimento de figuras políticas que dominam apenas a parte estética e as técnicas de propaganda. O inferno existe devido ao nosso excessivo empenhamento em cumprir as nossas boas intenções.
Lembre-se que você já não é uma simples blogger, tem oportunidade de começar a fazer a diferença num mundo mediático dominado pela cretinice, pela falta de conhecimento e pela subserviência à ideologia. O que espero de si é que se eleve acima destas questiúnculas e que cumpra a sua missão. Os tempos que vivemos não auguram nada de bom e os poucos justos que restam não se podem deixar contaminar pelo acessório. Se lhe digo estas coisas não é para fazer pirraça mas porque tenho verdadeira consideração por si.
Mário, falei na parte estética porque a questão ética do discurso de PSL é ainda mais rasteira: ele não tem, pela sua actuação passada, autoridade para apontar o dedo a alguém; nem, por outro lado, os opositores de PSL e LFM se portaram de forma tão vergonhosa para merecerem açoites verbais públicos (PSL e LFM foram enquanto líder parlamentar e presidente do partido bem mais arruaceiros do que os seus críticos).
Eu entendo que MFL não entusiasme, mas não podemos chegar ao ponto de preferir PSL.
(E exagera a minha importância.)