“«Nós vemos todos os dias, a todas as horas, o anúncio de milhões para ajudar as empresas» , afirmou a presidente do PSD, que considerou ser esta «uma política de asfixia, de controlo, que não é aceitável em Democracia».
Ao discursar num colóquio sobre ‘Portugal em crise! Que Alternativa?’, organizado pela Comissão Política Distrital de Santarém do PSD, Manuela Ferreira Leite acrescentou que «esta situação atrofia a iniciativa privada, torna as empresas dependentes do Estado e não conduz a nenhum crescimento».
As críticas da dirigente do PSD surgiram um dia depois de o primeiro-ministro ter anunciado três novas linhas de crédito bonificado, no valor global de 1,4 mil milhões de euros, para as pequenas e médias empresas (PME).
Para a presidente da Comissão Política Nacional do PSD, «as empresas não precisam de ser ajudadas», mas antes que «se lhe paguem as dívidas».
«Se não precisassem de ser ajudadas, o Estado não precisava de fazer despesa e, provavelmente, podia baixar os impostos» , disse. “
No Sol.
Manuela Ferreira Leite tem muita razão no que disse sobre as supostas ajudas do governo Sócrates às PMEs. A única ajuda que interessaria às empresas seria a diminuição da carga fiscal (porque não baixar o IVA novamente?), alterações na lei laboral, diferir o pagamento do IVA para o momento de recebimento, pagar-lhes o que o Estado lhes deve, e desobrigar as empresas de cumprirem intermináveis procedimentos burocráticos simultaneamente custosos e inúteis.
Em Portugal, e em especial com este governo, a lógica é contrária. Retira-se dinheiro às famílias e empresas, sufocando-as e criando dificuldades na economia, para depois com esse dinheiro distribuir umas migalhas às PMEs. Assim até parece um governo amigo das empresas, ao mesmo tempo que, num mercado tão pequeno como o português, mantém os empresários bem-comportados e sem contestação, ou não vão perder os créditos bonificados disponibilizados pelo Estado ou os fornecimentos ao mesmo Estado.
Mas o Estado (sobretudo o Estado socialista onde vivemos) gosta de ter os cidadãos dependentes de si.
O Estado socialista tem uma espécie de complexo de inferioridade que o faz ter de se sentir amado pelo seu povo a todas as horas e a todas as circunstâncias. E depois este carinho é recompensado com mecanismos legais que aumentem a dependência das empresas e pessoas face ao Estado.
O Estado ainda não percebeu que é muito mais fácil e rentável ensinar as pessoas a pescar do que estar sempre a dar-lhes peixe…
É que se ensinarem as pessoas (ou as deixarem aprender) a pescar estas deixam de precisar de um Estado desta dimensão.