Um dos argumentos mais ouvidos a favor da aprovação do OE2011-seja-ele-qual-for é a necessidade imperativa de honrarmos os compromissos assumidos com Bruxelas e plasmados no PEC.
Importa em primeiro lugar perguntar: qual PEC? O de 2005, depois do exercício do insofismável-para-o-PS Vítor Constâncio? É que nesse PEC já devíamos estar abaixo dos 3% de défice há um par de anos. Hum, não deve ser esse. Esse era para cumprir contra tudo e contra todos mas depois afinal não.
Então devemos estar a falar dos PECs de 2009. Esses não valem o papel em que foram escritos, ou os gigas que ocuparam na pen da parelha José Sócrates/Teixeira dos Santos. Sejamos claros: já ninguém acredita em nós, nem mesmo o saudoso José Manuel Durão Barroso (que enfim, não se passou para o outro lado mas hoje é pouco mais que um zombie político no exílio dourado).
O argumento não colhe, porque é um nado-morto. Nem é bem isso. Mais concretamente, a nossa falta de credibilidade (falta essa que eu gostava de dizer que é da exclusiva culpa do PS socrático, mas como foi o mais votado a culpa é toda nossa também) abortou-o.