Alvin Toffler, n’ “A Revolução da Riqueza”, dedica um capítulo, “O Choque das Velocidades”, a comparar as velocidades respectivas de diversas instituições norte-americanas e, para melhor ilustrar a ideia, utiliza a imagem de vários carros numa auto-estrada:
– a mais veloz: uma empresa ou área de negócio (160 Km/h);
– a sociedade civil, colectivamente considerada, o mais heterogénea possível (145 Km/h);
– a família norte-americana, a mudar rapidamente (100 Km/h);
– os sindicatos norte-americanos (50 Km/h);
– burocracias governamentais e mecanismos reguladores (40 Km/h);
– sistema escolar norte-americano (15 Km/h);
– organizações intergovernamentais (10 Km/h);
– estruturas políticas dos países ricos (5 Km/h);
– a lei, tribunais, ordem de advogados, sociedades, e a própria legislação (1,5 Km/h).
Aqui a velocidade – um dos desafios fundamentais do séc. XXI -, refere-se, evidentemente, ao conhecimento e à produção de riqueza, que estão interligados.
No nosso caso particular, e se quiséssemos (ou conseguíssemos) ironizar, diríamos que a velocidade esteve ligada à capacidade de destruir riqueza. Já não éramos uma economia interessante, mas conseguir colocar-nos nas mãos (e no colo) da Europa e do FMI em apenas 5 anos, é obra!, não acham?
De qualquer modo, a comparação de velocidades de Alvin Toffler também nos serve para o futuro do país e ainda há quem acredite no futuro do país. É a pensar neles, nos que acreditam, que irei dedicar os próximos posts. Os idealistas comovem-me profundamente, vá-se lá saber porquê. Talvez porque já fui idealista (snif), no tempo da idade impressionável. Agora vejo-me mais como realista. Sim, realista é o que me caracteriza agora.