…principalmente porque ele serve apenas e só para eternizar uma incompetência sem rumo de um primeiro-ministro com um ego perigoso, de um ministro das finanças que em vez de se preocupar em ser técnico quer fingir-se politico, e de um partido no Governo cujo “grande contributo” para Portugal ainda está para ser demonstrado em números e não em tagarelices baratas de gente que vive no soundbyte do momento há anos a fio.
Sejamos honestos: somos governados por gente em regime de contrato a prazo, não renovável, e que já se sabe que só ainda não foi despedida por causa de uma formalidade administrativa.
Posto isto, o mínimo que deviam ter era vergonha na cara cada vez que abrem a boca em público, principalmente porque recorrem a um discurso que tenta amarrar o resto do país a uma verdadeira chantagem baseada na ideia “ façam como nós dizemos porque senão isto está tão mau que nos afundamos ainda mais”.
Afinal hoje parece que descobrimos mais uma mentirinha (perdão… uma interpretação diferente) no discurso daqueles que colocámos a decidir sobre o futuro deste buraco (perdão… País!): afinal, os cortes nos salários da função pública não são para responder à crise (pois dessa forma seriam temporários) mas sim permanentes. Certamente que a culpa foi de todos os que nos esquecemos de perguntar este “pequeno” detalhe relativo à aplicação temporal da medida.
Nós, os que ainda andamos a pagar este circo com os nossos impostos (e somos cada vez menos a julgar pelo último relatório sobre fuga ao fisco) assistimos a esta telenovela degradante impávidos e serenos, mais preocupados em encontrar consolo naqueles que ainda estão pior que nós (e começa a ser difícil porque até os espanhóis e os gregos já estão com estratégias de recuperação).
Eu teria mais vergonha que esta gente e neste estado de catástrofe ficaria o mais longe possível de locais onde os meus disparates (perdão mais uma vez… palavras) pudessem afundar ainda mais o país, mas talvez seja por isso que não sou político.