A Liturgia da Palavra de ontem apresentou-nos uma passagem da Carta de S. Paulo aos Romanos (capítulo 8) a que recorro muitas vezes quando dela necessito: “Irmãos: Eu penso que os sofrimentos do tempo presente não têm comparação com a glória que se há-de manifestar em nós.”
Para além do sentido escatológico destas palavras, e da certeza que contêm, há nelas para mim um convite para as realizarmos hoje na história. Esta certeza da Esperança de um mundo melhor começa a ser construído por cada um de nós, junto daqueles que nos são mais próximos.
Vem isto a propósito dos desafios que nos esperam. Sabendo de antemão que a pobreza terá um campo privilegiado para crescer, muitos necessitarão de uma rede eficaz de solidariedade que possa, essa sim, fazer a justa distribuição de quem mais tem para aqueles que verdadeiramente mais necessitam. Não pode ser o Estado a fazê-lo, porque não sabe. Somos nós, nas nossas famílias, nas nossas comunidades locais, que sabemos aonde é necessário chegar.
A Esperança crescerá na solidariedade que manifestarmos.