O secretário geral do PS recomenda o corte de apenas um dos subsídios do vencimento anual dos funcionários públicos e pensionistas porque, e cito, “há uma folga”. Já pagámos tudo o que devíamos e não temos déficit nas contas do Estado. A troika e os 78 mM € são apenas para efeitos decorativos.
Ah ganda Tó Zé. Fazes lembrar o teu antecessor. Esse também via folgas para aumentar salários e baixar o IVA quando se aproximavam as eleições. Um visionário, tal como tu.
O confisco dos subsídios de natal e de férias do próximo ano não passa de uma medida populista por se saber que tudo o que seja roubar os funcionários públicos é do agrado da restante população. A isto chama-se dividir para reinar.
O impacto orçamental desta medida é muitíssimo menor do que aquilo que se pretende fazer crer. Senão veja-se o exemplo de um trabalhador que aufira 1000 euros de salário. O estado poupa, do lado da despesa 2000 mas perde de imediato do lado da receita 730 só em contribuições para a ADSE, IRS e CGA. A isto haverá a juntar ainda o que o mesmo funcionário deixa de consumir e o impacto que isso irá provocar directamente em termos de iva e outros impostos.
Depois há, ainda, os municípios, institutos, fundações e outras coisas mais. É que embora os funcionários destas instituições não recebam os subsídios, o Estado transfere exactamente o mesmo montante…Portanto, se isto não é uma medida demagógica não sei ao que chame demagogia…
KK, um funcionário público não paga impostos. Os 730 € que o estado receberia de impostos do funcionário público foi ele (o estado) que em primeiro lugar os colocou à disposição do mesmo funcionário – a menos que esse funcionário tivesse a capacidade de imprimir notas, o que desde o Alves dos Reis não tem sido hábito no sistema habitual das coisas – e quisesse ser um benemérito do estado. Pegando nas suas contas, o estado colocar 2000 e depois receber de volta 730 seria exatamente o mesmo que pagar logo 2000-730= 1.270€ e acabar as suas contas logo ali.
O único efeito de perda de receita que se pode observar é num agregado familiar onde obtenham rendimentos um f. público e um f. privado. Se o público auferir a maior fatia desse rendimento, por efeito do splitting quando se apura o IRS a pagar a comparticipação do privado é, digamos, majorada. Se esse rendimento do público é diminuído também baixa a “comparticipação” do privado.
Se é demagogia ou populismo cada um tem a sua opinião, mas cortar 2.000 é mesmo cortar 2.000.
“… cortar 2.000 é mesmo cortar 2.000”. No caso em análise não é. Veja a execução orçamental em 2012 – ou mesmo em 2011 – em perceberá a diferença.
Quanto ao resto pode teorizar o que quiser que isso nada altera a realidade.
A execução orçamental de 2012? Já? O OE 2012 já foi aprovado e executado?