O meu texto de hoje para o Diário Económico.
«Há políticos que nunca resistem à tentação de ouvir a sua voz amplificada de cada vez que vislumbram um microfone. Cavaco Silva, felizmente, não é um deles.
O que se espera de um PR não é preocupação com o número de referências nos media, nem que comente cada notícia de jornal. Não estou, portanto, com os que acusam o PR de permanecer calado.
É certo que quem viu o segundo discurso de tomada de posse de Cavaco Silva como o primeiro ensaio da marcha fúnebre do governo Sócrates – esquecendo que Cavaco Silva apenas descreveu a realidade do País e que Sócrates agia já por essa data como se não houvesse PR a quem prestar contas, num exercício de arrogância tola e desrespeito institucional que ajudou à sua queda – anseia por emoções mais fortes provindas de Belém. Discretamente, contudo, Cavaco tem-nos dado algumas frases interessantes, algumas delas acertadas, e que revelam pensamento divergente do Governo. Exemplo: há dias, Cavaco Silva apelou a uma ‘redução menos brutal do consumo privado’.
Muito bem. Sucede que para o consumo privado não reduzir com o aumento de impostos que se prepara para 2013, terá de diminuir o consumo do estado. E é aqui que Cavaco Silva falha. Se o PR tem feito um diagnóstico correcto dos ‘desequilíbrios’ da economia portuguesa, também é verdade que não tem sido profícuo na identificação de soluções, para além de ideias redondas sobre o mar, o turismo e afins.»
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